Conselho Federal nomeia instalações como Casa da Advocacia Ophir Cavalcante em homenagem a ex-presidente

Em homenagem póstuma ao legado do ex-presidente Ophir Filgueiras Cavalcante, o Conselho Federal da OAB nomeou, nesta segunda-feira (1º/12), o espaço destinado às instalações da OAB Nacional, localizado no Edifício OAB, em Brasília (DF), como “Casa da Advocacia Ophir Cavalcante”.

A cerimônia foi conduzida pelo presidente nacional da Ordem, Beto Simonetti, que destacou suas memórias, a trajetória do ex-presidente e sua contribuição decisiva para o fortalecimento da advocacia e da instituição.

A homenagem contou, também, com a presença da secretária-geral do CFOAB, Rose Morais; da secretária-geral adjunta, Christina Cordeiro; do diretor-tesoureiro, Délio Lins e Silva Júnior; do procurador nacional de Defesa das Prerrogativas, Alex Sarkis; e dos presidentes das seccionais do Amapá e de Roraima, Israel da Graça e Ednaldo Vidal, respectivamente.

Resgate da memória institucional

Marcus Vinicius Furtado Coêlho destacou o espírito de entrega que marcou a trajetória de Ophir na OAB. Para ele, o reconhecimento prestado pela Ordem é “o mínimo que se pode fazer por alguém que dedicou parte de sua vida à instituição e à sociedade”. 

Cézar Britto, por sua vez, ressaltou a importância da memória na construção da instituição, lembrando Ophir como referência ética e intelectual para gerações. Ele evocou o plenário do Conselho Federal como “lar da cidadania” e afirmou sentir-se “em casa, literalmente, na casa da advocacia e na casa de Ophir”.

Já Cléa Carpi, detentora da medalha Rui Barbosa, rememorou os desafios enfrentados ao lado de Ophir Cavalcante, especialmente em períodos de grande pressão institucional. Ela mencionou a primeira greve judicial do país, quando presidia a OAB-RS, e recordou o apoio firme e acolhedor que recebeu de Ophir. “Ele foi exemplo de força e carinho para enfrentar as adversidades”, disse.

O jurista Nabor Bulhões, também medalha Rui Barbosa, destacou o papel decisivo de Ophir Cavalcante no enfrentamento às distorções institucionais provocadas pelas medidas provisórias durante a década de 1990. Segundo ele, o homenageado foi uma das vozes mais firmes na defesa do equilíbrio entre os Poderes e na contenção do uso excessivo de medidas provisórias, tema que mobilizou a advocacia e marcou a agenda democrática do período.

Bulhões também ressaltou a presença ativa de Ophir na consolidação dos valores constitucionais recém-estabelecidos, enfatizando seu compromisso com a afirmação das prerrogativas da advocacia e a proteção dos direitos fundamentais. Para o jurista, ele “integrou a geração que transformou a OAB em protagonista da reconstrução democrática”, deixando um legado que permanece como referência institucional.

Legado

Ophir Cavalcante Júnior, ex-presidente da OAB (2010-2013) e filho do homenageado, destacou que o tributo oferecido ao seu pai ultrapassa o aspecto institucional, alcançando a dimensão humana da família. “Somos um amálgama do que vivemos. E, hoje, meus filhos podem conhecer um pouco mais do que representou o avô deles para este país e para a advocacia”, declarou.

Ele também falou sobre o simbolismo histórico da sede da OAB em Brasília, instalada justamente durante a gestão de seu pai, em 1990. Por fim, enfatizou o legado de Ophir Cavalcante como defensor da Constituição e da democracia, reconhecendo que a luta pela efetividade dos direitos fundamentais permanece atual e necessária.